terça-feira, 23 de agosto de 2016

Excesso de higiene íntima pode colocar a saúde das mulheres em risco, diz estudo



De acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos, as mulheres que realizam higiene em excesso são duas vezes mais propensas a desenvolveram câncer de ovário. Estudos anteriores já associaram a lavagem vaginal, convencional ou com o auxílio de duchas, com infecções fúngicas, doenças inflamatórias pélvicas, gravidez ectópica, redução da fertilidade, HIV e outras doenças transmissíveis.
 
O estudo mais recente, publicado na revista Epidemiology, foi realizado pelo Instituto Nacional de Estudos Ambientais e Ciências da Saúde, e foi o primeiro a associar o câncer dos ovários com um procedimento praticado por milhões de mulheres em todo o mundo.

“Enquanto a maioria dos ginecologistas recomenda fortemente que as mulheres não utilizem duchas, muitas mulheres ainda utilizam porque acreditam na falsa ideia de que o hábito traga benefícios para a saúde, como o aumento da higiene”, disse a professora de epidemiologia, Joelle Brown, da Universidade da Califórnia, que não estava envolvida no estudo citado.

O câncer de ovário é conhecido por ser um assassino silencioso, muitas vezes as mulheres não identificam quaisquer sintomas até que a doença esteja num estágio avançado. Estima-se que, somente nos EUA, cerca de 20 mil mulheres sejam diagnosticadas com esse tipo de câncer todos os anos – e 14.500 delas acabam perdendo suas vidas na luta contra a doença, segundo dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC).

A nova análise feita pelos cientistas acompanhou mais de 41 mil mulheres nos EUA e em Porto Rico, desde 2003. As participantes tinham entre 35 e 74 anos e cada uma delas tinha uma irmã que havia sido diagnosticada com câncer de mama. No início do estudo nenhuma dessas mulheres foi diagnosticada com cânceres de mama ou ovário. No entanto, em julho de 2014, os pesquisadores notaram que 154 delas desenvolveram a condição nos ovários.

As mulheres que relataram uso de duchas durante o ano anterior ao estudo mostraram riscos dobrados do desenvolvimento de câncer, de acordo com os pesquisadores. A ligação entre as duchas e a condição ficou ainda mais forte quando os autores analisaram as mulheres que não tinham os genes de câncer de mama na família.

O canal vaginal é capaz de se limpar naturalmente, sem a necessidade de produtos ou outras misturas, itens que interferem no equilíbrio natural da região. O uso de duchas pode causar o crescimento excessivo de bactérias nocivas e infecções fúngicas, bem como empurrar alguns desses microrganismos para dentro do útero, trompas e ovários, de acordo com o Departamento da Saúde da Mulher, no U.S. Department of Health and Human Services (HHS).

Brown, que liderou um estudo publicado recentemente na revista PLOS, analisou as motivações por trás do hábito de utilização de duchas. Segundo ela, o método de limpeza já era praticado em 1.500 a.C., quando eram recomendadas pelos papiros lavagens intravaginais com alho e vinho para tratar distúrbios menstruais.

De acordo com ela, as mulheres, muitas vezes, aprendem esse tipo de hábito com as mães. Elas o fazem porque acreditam ser parte necessária de uma boa higiene pessoal na preparação para o sexo, após o sexo ou a pedido de seus parceiros.

Fonte: Jornal Ciência

Excesso de higiene íntima pode colocar a saúde das mulheres em risco, diz estudo



De acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos, as mulheres que realizam higiene em excesso são duas vezes mais propensas a desenvolveram câncer de ovário. Estudos anteriores já associaram a lavagem vaginal, convencional ou com o auxílio de duchas, com infecções fúngicas, doenças inflamatórias pélvicas, gravidez ectópica, redução da fertilidade, HIV e outras doenças transmissíveis.
 
O estudo mais recente, publicado na revista Epidemiology, foi realizado pelo Instituto Nacional de Estudos Ambientais e Ciências da Saúde, e foi o primeiro a associar o câncer dos ovários com um procedimento praticado por milhões de mulheres em todo o mundo.

“Enquanto a maioria dos ginecologistas recomenda fortemente que as mulheres não utilizem duchas, muitas mulheres ainda utilizam porque acreditam na falsa ideia de que o hábito traga benefícios para a saúde, como o aumento da higiene”, disse a professora de epidemiologia, Joelle Brown, da Universidade da Califórnia, que não estava envolvida no estudo citado.

O câncer de ovário é conhecido por ser um assassino silencioso, muitas vezes as mulheres não identificam quaisquer sintomas até que a doença esteja num estágio avançado. Estima-se que, somente nos EUA, cerca de 20 mil mulheres sejam diagnosticadas com esse tipo de câncer todos os anos – e 14.500 delas acabam perdendo suas vidas na luta contra a doença, segundo dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC).

A nova análise feita pelos cientistas acompanhou mais de 41 mil mulheres nos EUA e em Porto Rico, desde 2003. As participantes tinham entre 35 e 74 anos e cada uma delas tinha uma irmã que havia sido diagnosticada com câncer de mama. No início do estudo nenhuma dessas mulheres foi diagnosticada com cânceres de mama ou ovário. No entanto, em julho de 2014, os pesquisadores notaram que 154 delas desenvolveram a condição nos ovários.

As mulheres que relataram uso de duchas durante o ano anterior ao estudo mostraram riscos dobrados do desenvolvimento de câncer, de acordo com os pesquisadores. A ligação entre as duchas e a condição ficou ainda mais forte quando os autores analisaram as mulheres que não tinham os genes de câncer de mama na família.

O canal vaginal é capaz de se limpar naturalmente, sem a necessidade de produtos ou outras misturas, itens que interferem no equilíbrio natural da região. O uso de duchas pode causar o crescimento excessivo de bactérias nocivas e infecções fúngicas, bem como empurrar alguns desses microrganismos para dentro do útero, trompas e ovários, de acordo com o Departamento da Saúde da Mulher, no U.S. Department of Health and Human Services (HHS).

Brown, que liderou um estudo publicado recentemente na revista PLOS, analisou as motivações por trás do hábito de utilização de duchas. Segundo ela, o método de limpeza já era praticado em 1.500 a.C., quando eram recomendadas pelos papiros lavagens intravaginais com alho e vinho para tratar distúrbios menstruais.

De acordo com ela, as mulheres, muitas vezes, aprendem esse tipo de hábito com as mães. Elas o fazem porque acreditam ser parte necessária de uma boa higiene pessoal na preparação para o sexo, após o sexo ou a pedido de seus parceiros.

Fonte: Jornal Ciência

terça-feira, 2 de agosto de 2016

O que os anticoncepcionais causam no cérebro e ossos das adolescentes?



A gravidez na adolescência caiu para níveis mínimos no mundo ocidental, em grande parte graças ao aumento do uso de contraceptivos de todos os tipos. Mas, estranhamente, nós realmente não sabemos o que os contraceptivos hormonais - das pílulas às injeções que contêm hormônios sexuais sintéticos - estão causando nos corpos e cérebros em desenvolvimento das adolescentes que os estão tomando em níveis crescentes. 

Assim como as pílulas anticoncepcionais - no mercado há mais de 50 anos - os demais métodos contraceptivos passaram por inúmeros testes, que atestaram sua eficácia e segurança. Ocorre que esses estudos foram feitos em mulheres adultas - pouquíssimos estudos clínicos incluíram adolescentes. E, biologicamente há uma grande diferença entre uma adolescente e uma mulher adulta.


Efeitos dos anticoncepcionais na adolescência


É somente depois dos 20 anos que os hormônios se estabilizam e o cérebro e os ossos atingem a maturidade. "Se uma droga vai ser dada a meninas de 11 e 12 anos de idade, ela precisa ser testada em crianças de 11 e 12 anos de idade," explica o Dr. Joe Brierley, da Comissão de Ética Clínica do Hospital Great Ormond de Londres.

Legislações introduzidas nos EUA em 2003 e na Europa em 2007 destinam-se a fazer com que isso aconteça, mas uma investigação feita pela revista britânica New Scientist revelou que ainda há poucos dados sobre o que os contraceptivos realmente causam para as garotas em desenvolvimento. Os poucos estudos que têm sido feitos sugerem que alterar o equilíbrio do estrogênio e da progesterona durante este período da vida pode ter efeitos de longo alcance, embora ainda não haja dados suficientes para dizer se devemos ficar alarmados. 

Dilema moral

 

Há muitas razões pelas quais as empresas farmacêuticas, as pessoas e as organizações de financiamento continuem relutantes em testar contraceptivos em adolescentes. A médica Andrea Bonny, por exemplo, envolvida nesses testes, afirma receber cartas iradas quando ela publica anúncios procurando participantes jovens para seus estudos, com muitas pessoas afirmando que ela está incentivando as adolescentes a terem relações sexuais: "Nós somos inundados com comentários negativos," diz ela.

Outro aspecto é que, quando crianças participam em ensaios clínicos, os pais devem dar o seu consentimento. Mas as adolescentes podem não querer contar a seus pais que estão tomando anticoncepcionais. Assim, o problema existe, mas resolvê-lo está longe de ser uma questão simples.